E foi isso

É. O tempo passou, bateu à porta como um raio de luz reflete em nosso rosto. Desde o começo me disseram ''é melhor não ir, voltar para o começo''. Eu não ouvi, achei que podia tirar algo válido do que vivi, mas na verdade, nada ficou.
Não são os mesmos sorrisos, os mesmos choros, a mesma alegria. Me ocorreu que foi tudo tão falso, tão intimamente de mentira. Foi tudo falso. Teve algo real naquele lugar?
As pessoas são incríveis porque enganam, falam. Poxa, nem você foi verdadeira. Gritei seu nome e você nada fez. Pedi carinho e não aconteceu.
Até a pessoa que por acaso não está mais aqui, foi falsa. Foi tudo um monte de cenas mal escritas. Teimei em voltar, teimei em sentir o mesmo gosto, havia me esquecido de como era ruim. De como eu fui bobo de voltar, de enfrentar um retorno. Eu senti o mesmo Raoni de 16 anos, inseguro e com medo de lutar, achando que nada daria certo, ou então o mesmo que passou por dores absurdas aos 11 anos.
Sabe o mais absurdo dessa história? É poder ver que não era pra mim, seguir com aquilo. Não deu certo para eles, continuam uns atores péssimos. Mas e eu? Quem sou eu? Será que fui construído em uma imagem falsa como a deles? Não, espero que não, do contrário, seria eu um monstro sem coração.
Me apontaram como ''inocente'', ''sem pai'', o vilão da história, aquele que destruiu uma família. A cretina que apontou isso não sabia que a maldade que mora em seu coração corrompeu muita coisa. Matou uma irmã e uma mãe covardemente, matou uma filha. Matou a mente de uma amiga minha, matou a si mesma. É uma cretina da vida, uma infeliz dama de maldades, e não é uma maldade qualquer, é uma maldade sádica. Tomara que um dia ela tenha pena de si mesma.
Ela pode conseguir o quer hoje, mas o amanhã dela, aposto que será severo. Espero que seja um amanhã cretino como ela.
Papel ridículo esse.