sexta-feira, 20 de maio de 2011
Comme Un Enfant
Era uma vez...
Era uma vez uma terra encantada, onde a fé e a razão eram grandes governantes, em lados opostos. Os habitantes tinham seus dois lados: bons e ruins, que viviam sempre em batalha. Mas nessa terra tão bonita, onde pássaros cantavam e rios caminhavam com brilho e magia, havia um problema: faltava amor. Aliás, até tinha, mas o amor era uma coisa muito rara, um tipo de tesouro que só aqueles de coração totalmente puro conseguiam encontrar, isso gerava confusão porque se todos tinham dois lados. Isso gerava guerra e batalhas sem fim em todo lugar, pois havia mercenários que, se conseguissem o amor, ficariam milionários. Existiam ladrões e golpistas que clamavam ter o tal do amor em mãos, mas só enganavam os pobres aflitos em busca do danado do amor.
Muito se debatia sobre como era o amor, como era, que cor que tinha, se era grosso ou fino, se era quente ou gelado, ninguém fazia ideia mesmo. Dizia uma lenda que os que encontrava o Amor, subiriam aos céus para outra terra, onde haveria o belo como na Terra encantada, mas também haveria uma riqueza desconhecida. Claro que todos queriam saber que riqueza era.
Um jovem viajante, tinha um segredo: com seu óculos cor-de-rosa ele era capaz de enxergar aqueles de coração puro e com eles poderia encontrar o amor. Ao encontrar o Amor, o jovem viajante poderia subir na Terra desconhecida e se tornar rei, já que teria tanta riqueza.
Quando caminhava por uma floresta, encontrou um jovem Índio arqueiro, que acreditava na magia que as flores trazem. As flores dali eram diferentes, pois além de florescerem, derramavam cristais mágicos capazes de curar as pessoas enfermas. O jovem viajante perguntou se o índio o acompanharia na jornada, pois as lentes do óculos fizeram o viajante enxergar que aquele jovem era portador do coração puro.
O índio aceitou e juntos os dois seguiram na jornada. Com um de seus artefatos indigenas, o Índio descobriu que na mata morava um senhor muito alegre com seu netinho, e que ambos tinham corações puros. Os dois tinham o poder de deixar feliz aquele que com eles conversassem. Ao chegarem na casinha de sapê dos dois, o viajante provou do bolo preparado pelo Vovô e ofereceu muito mais fermento na terra desconhecida que encontrariam. O vovô aceitou ir, contanto que seu netinho, ao chegar lá, ganhasse brinquedos novos. O jovem viajante aceitou a fácil condição.
Os quatro deixaram a floresta e seguiram por uma fazenda antiga, já abandonada. Lá encontraram um jovem vaqueiro, que usava um chapéu e um laço. Costumava cantar sua gaita para convocar os animais para festas diárias. Diziam que ele era "o encantador de animais", claro que só podia ter um coração puro com um dom tão bonito. Para não ficar mais sozinho na fazenda, o vaqueiro partiu com o jovem viajante na condição de, ao ajudar a encontrar o Amor, pudesse convocar os animais para viverem com ele na Terra misteriosa. E lá foi o grupo.
O viajante tinha consigo um mapa que mostrava a localização provavél do amor, era bem longe. Para chegarem até lá, deveriam passar pelos mares. Enquanto seguiam para o porto, encontraram um vendedor de água de coco, muito preocupado, que revelou que com sua água, conseguia curar qualquer enfermidade e que quando o grupo bebesse poderia descansar antes de seguirem viagem em sua casa. O viajante aceitou e gostou tanto da generosidade do jovem vendedor que o convocou para seguir com todos na jornada, haveria de ter um coração puro.
No dia seguinte, seguiram para o Porto, onde viviam sereias e peixes. O mar não seria fácil de atravessar nadando, então decidiram montar uma jangada. Por sorte, um jovem marinheiro se aproximou e ofereceu ajuda, revelando que os nós que ele dava, iriam trazer segurança e apoio na viagem. Ele tinha uma âncora mágica como pingente, que brilhava quando o marinheiro estava do lado de outras pessoas com coração puro. Claro que ele se uniu aos outros.
Ao chegar na Montanha da Vida, provavel morada do amor, os sete viajantes estavam prestes a encontrar a moradia do bendito amor quando um casal de trambiqueiros apareceu em sua frente. Queriam os artefatos mágicos e o mapa do viajante. Um esperto cigano, que por ali passava, ensinou os viajantes a enganar os trambiqueiros com seu espelho em forma de sol. O espelho mostrava as boas ações de cada um, ao chegar na vez dos trambiqueiros, mostrou que eles gostavam um do outro e se protegiam. Roubavam e até matavam para terem o que fazer juntos. O casal ficou abismado. O engraçado é que as lentes do viajante brilharam, mostrando que o cigano e o casal tinham corações puros.
Todos seguiram juntos pela Montanha. Bem alto, bem alto mesmo. Encontraram no topo um castelinho de areia e estrelas de papel. O netinho, tão pequeno, começou a brincar. Mas, onde estava o Amor? De repente, um velho sábio trajado de branco apareceu sorridente dizendo que o Amor estava dentro de cada um dos viajantes e que ao se reunirem já não estariam mais sozinhos e cuidariam uns dos outros. O velho sábio abriu um buraco no mar e revelou que era hora deles cuidarem de uma pessoa que precisava de ajuda e que talvez com ela, encontrariam o danado do Amor.
O jovem viajante olhou fixamente para o buraco e pulou nele, desaparecendo. O Índio resolveu seguir o mesmo exemplo, mas levou consigo todos os artefatos mágicos e algumas flores. O vovô e o netinho foram juntos, com o vovô explicando que conseguiria os brinquedos que o pequenino queria tanto. Logo foram o Vaqueiro, levando sua gaita para convocar animais, o Marinheiro, com sua âncora e nós mágicos, o vendedor, com toda sua disposição e alegria, o Cigano, com sua esperteza e por último o casal, sempre juntos, mas levaram suas armas para se defenderem e denfederem os novos amigos. Caíram de volta na Terra Encantada, sem o viajante.
Ao chegar do outro lado do buraco, o jovem viajante se assustou porque seus amigos não chegaram com ele. Não podiam tocá-lo, mas podiam amá-lo e cuidar dele sempre que ele precisasse. Através de suas lentes, ele conseguia ver seus amigos e pedir ajuda quando necessário. O jovem viajante se aproximou de outro buraco, ao atravessar, se viu nos braços de uma mamãe. Havia encontrado o que procurava: a Terra onde ganharia riquezas e, com a ajuda de seus amigos vindos da Terra Encantada, sempre que precisasse, conseguiria ajudá-los e levar pra eles o que precisavam e conseguiria encontrar outros viajantes que precisassem de ajuda para como usar suas lentes cor-de-rosa e enxergar corações puros, para ali no fim, ou no meio, encontrarem o tão procurado e danado do Amor...
E assim vai...
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